As danças flamencas
Como disse há dias fui ver o Ballet Flamenco de Madrid.
Todo o Flamenco é influência da cultura cigana. Foi lindo, forte, emocionante, poderoso.
Os bailarinos mantêm aquela fisionomia sorridente, dançam de forma graciosa aparentemente sem esforço, apesar de reconhecermos um desempenho tão extenuante. E não podemos deixar de pensar que por detrás daquela hora e meia de espectáculo, há horas e horas de solos e de treinos em conjunto. Normalmente as performances mais naturais, são aquelas que mais trabalho e dedicação exigem.
Amei. Amei o cante, a música, as palmas e o sapateado. E saí de lá com dores nas mãos de tantas palmas ao longo do show.
Agora num registo mais leve: saí de lá com vontade de ir dançar coisas daquelas, mas depois comecei a pensar...
Castanholas nas mão, o leque umas vezes na mão, outras enfiado entre o peito, as flores no cabelo, o xaile que serve não apenas de adorno, mas também de protagonista da dança, as mãos, as posições contorcionistas, os sapatos, fundamentais para o sapateado e os folhos, e as caudas com folhos dos vestidos.
O problema para mim não seria dançar, ou fazer uma daquelas coisas de cada vez... O problema é coordenar as castanholas ou o leque, com os pés, enquanto ainda te preocupas com os folhos e ainda tens de dar, quando rodopias, um "coice" à cauda, para que ela saia do caminho e tudo isso de forma tão graciosa que não se nota a técnica.
O problema seria não cair de cada vez que a cauda dos folhos resolvesse não sair do caminho... Demasiada coisa a acontecer ao mesmo tempo... Costumo ser uma boa multi-task, mas não auguro nada de bom neste campo!
Portanto não, apesar de ter pensado nisso, receio que isto não vá entrar para a minha bucket list.