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happyness is everywhere

O Povo português é essencialmente cosmopolita. Nunca um verdadeiro Português foi português: foi sempre tudo. FP

happyness is everywhere

Ó Sr. Árbitro

Não conhecia a rubrica do Jornal da Noite da Sic. Falaram-me dela a semana passada. Vi ontem.

 

O Duarte Gomes introduz números: em 2016 houve 32 agressões a árbitros, sendo que 8 destes tinham menos de 18 anos de idade! Mas que raio???? O que leva um pai a ir ver os jogos do filho e acabar a agredir o árbitro, menor de idade? Não entendo... A sério que não entendo os valores que alguns pais transmitem aos seus filhos. A falta de respeito que vai sendo transmitida geração a geração.

O meu filho jogou andebol até ir para a faculdade. Se eu ia aos jogos dele? Inicialmente sim, Achava que os pais iam ver jogos e sendo idades formativas, não sentiam ódio dos outros miúdos, das outras equipas. Mas sentem.... Tudo o que retire a vitória aos seus devia ser exterminado.... Eu batia palmas às duas equipas quando a jogada era bem executada. Comecei a ser vista como allien (ou talvez julgassem que eu não estava a perceber de que lado estava a bola ). E as ofensas ao árbitro? Eram outros miúdos da mesma idade. Deixei de ir. Deixei de ir depois de falar com o meu filho e lhe explicar as razões...

 

O meu filho, quando tinha 15 anos chegou a ser árbitro de andebol. Na maior parte das modalidades, cada clube tem de ter um jogador que faça o curso. Na equipa do meu filho, ele foi o escolhido. Se gostou? Não porque realmente ele é a pessoa a abater em campo. E essas atitudes, nos escalões formativos escalam e tornam-se aquilo que vemos nas notícias na primeira liga. Ou nas outras ligas todas, nas outras modalidades todas, as menos mediáticas. Por isso eu até nem acho que tenhamos ou melhor, sejamos um povo de  brandos costumes. Só naquilo que interessa, porque no que toca a desporto, viramos bichos. Literalmente.

 

Mas agora o verdadeiro motivo deste post. O que faz uma pessoa levantar-se às 6h00 de um domingo para ir arbitrar um evento? Para muitas vezes passar por ser o mau da fita, para ser criticado/insultado? O gosto pela modalidade em primeiro lugar e vivê-lo de um outro ângulo. O gosto em melhorar as tuas capacidades e eventualmente chegar a  um patamar internacional. Mas pelo caminho está muito trabalho. Muito trabalho. Trabalhar a questão técnica, mas também a questão mental, fundamental para prosseguir quando as críticas chegarem. porque chegarão sem dúvidas, já que só há um vencedor e todo um outro lado vencido que criticará.

Somos os representantes do Fair Play, um dos estandartes que tratam de aplicar os regulamentos e evitar as descriminações e as injustiças da modalidade, em defender a verdade desportiva. Se por vezes há erros? Claro que sim, mas ultrapassar esses erros também faz parte do nosso crescimento e evolução. 

Não é de todo o interesse económico, porque aqueles que não têm outra motivação, não ficam muito tempo.... Não há dinheiro que pague os sacrifícios que se fazem e a que a família é sujeita. 

 

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