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happyness is everywhere

O Povo português é essencialmente cosmopolita. Nunca um verdadeiro Português foi português: foi sempre tudo. FP

happyness is everywhere

Rainha do despistanço

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Isto, no dia a seguir à minha chegada a Ponta Delgada, depois de ter passado já uma noite no hotel.

Dizia-me uma amiga minha esta semana: "És tão certinha, dás formação, tens esse percurso incrível, e depois tens sempre histórias mirabolantes, que não parecem combinar..."

 

Mas combinam. Esta sou eu : certinha mas tão, tão despistada! Sempre com histórias do Arco da Velha 

Sete irmãs - O filme

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 Antes de mais, para se perceber melhor o filme, devemos começar pelo princípio: o nome no original What happened to Monday?

(Fico muitas vezes decepcionada com as traduções, mas enfim...)

 

A acção passa-se em 2073 e o planeta sofre de sobre-população global e escassez de recursos o que acaba por conduzir a uma política de controlo da natalidade, ficando o mundo obrigado a um filho por casal. A alteração da alimentação e dos produtos geneticamente modificados faz com que aumentem as gravidezes gemelares e as crianças escondidas, quando descobertas, são confinadas em ambiente criogénico para serem despertadas assim que a situação do planeta esteja novamente sob controlo.

Como em todos os casos de proibição, acaba por haver clandestinidade e Karen Settman faz o seu parto dessa forma, sabendo que carrega 7 gémeas. Morre durante o parto e é o avô das meninas quem decide proteger as netas arranjando um esquema muito peculiar.

 

Dá a cada uma delas o nome de um dia da semana, e no dia que corresponde ao seu nome, é ela quem sai à rua, adoptando uma identidade única. Desde cedo se habituam às reuniões de final de dia, onde têm de mostrar e contar o seu dia para que as restantes irmãs saibam retomar a rotina de escola e mais tarde, do trabalho. Há uma cena brutal quando elas são jovens, em que se percebe que o que acontece a uma, tem necessariamente de acontecer às restantes. Tudo se complica no dia em que Segunda-feira desaparece. E aqui é onde o filme muda e onde a personalidade de cada uma das 7 irmãs se vai manifestar e onde começamos a descobrir partes da vida de cada uma, fora de casa. 

 

Há imenso suspense e acção, até porque o nome em original logo no início do filme abre o apetite. Gostei de ver o fenomenal trabalho de Noomi Rapace, na representação de tantas versões de uma mesma personagem, todas iguais mas todas tão diferentes. 

 

O filme levanta tantas questões. O que é certo e o que é errado. Obriga-nos a reflectir sobre os temas prementes que estão na ordem do dia e que são exactamente a escassez de recursos, a sobre-população e também a poluição.

Muitos defendem que medidas drásticas devem ser tomadas para resolver esta questão da sobre-população e nesse aspecto, o filme só é ficção pelo facto de todas as nações terem já, adoptado esta medida. 

 

Aconselho a ver, nem que seja para estimular a reflexão.

Quem nunca... #41

Se dirigiu a alguém com uma intenção e depois teve de meter a viola no saco?

 

 

O meu aspirador avariou. Fui comprar um novo mas quando o fui arrumar na despensa, pensei: E se o mandasse ao meu irmão? (ele é engenhocas) Ficaria com um suplente para alguma situação. Na volta é só um fio desligado ou um fusível...

 

O meu irmão vive a 120 km. Liguei.

- Mano, vou mandar-te o meu aspirador para ver se ainda o ressuscitas. Pode não ter arranjo, mas também pode ser apenas um fio desligado, está bem?

- Manda, manda que até me faz jeito ter um lá no trabalho!

 

oooook....

Índia #4

O que mais impressiona na Índia são as claras diferenças sociais. Isso é visível em qualquer sociedade, mas em Nova Delhi, uma cidade de 25 milhões de habitantes, para onde houve um êxodo nos últimos anos, é ainda mais notório.

Segundo me explicaram, as pessoas hoje em dia já não querem cuidar das terras (onde é que já vi isto?). A vida é difícil, os lucros pequenos e portanto deslocam-se para as cidades. Quer tenham ou não, casa. Por isso tanta gente a dormir em cima das bicicletas, dos riquexós, nos passeios e nos jardins.

 O meu hotel ficava do outro lado do rio Yamuna, pelo que todos os dias atravessava Old Delhi para alcançar a zona das universidades e das embaixadas. A diferença é abismal, como podem comparar pelas fotos.

 Nesta fotos, uma recepção no último dia de trabalho, com que o Ministério nos brindou e que "cheirava" mesmo a Índia. Até um workshop sobre turbantes tivemos. 

 

O mais impressionante, para além do número de pessoas, é que toda a gente fala inglês. Existem 1,3 bilhões (ou milhares de milhão) de pessoas, num dos países maiores do mundo composto por 28 estados e onde existem cerca de 50 línguas. Conseguem imaginar? As línguas comuns são o hindu e o inglês, que vem na sequência do período colonial britânico. Mas essas variedade de 50 línguas, mesmo incompreensíveis para as regiões vizinhas faz com que os indianos tenham um nível de inglês invejável.  Ah, e dessa ocupação, nasceu a grande paixão deles a nível de desporto: o cricket!

 

Para além disso, as temperaturas impressionam. Em Outubro, o calor fazia-se sentir. 35ºC. Mas era diferente dos meus 35º algarvios, picados a vento, respiráveis. Lá, o grau de poluição e de humidade, faz com que pareça quase opressivo. À noite, quando saímos, e como se estivéssemos numa imensa sauna com o cheiro dos chás, do incenso e da humidade. Nova Delhi no inverno chega aos 8ºC. Mas no norte da Índia, na parte dos desertos, onde no verão as temperaturas rondam os 45º, descem brutalmente para os 0º no inverno.

Um país de contrastes, realmente.

Deixo para último post, o tema das mulheres. 

 

Podem seguir os Índia anteriores aqui:  Índia #1  Índia #2 , Índia #3

 

Rascunhos

Espreitei a minha pasta de rascunhos e tenho lá 52 rascunhos. Não faço ideia se é muito ou pouco em comparação com as vossas próprias pastas. Para mim, parece uma imensidão.

 

São textos começados que depois devido a acontecimentos públicos deixaram de ter importância, ou textos que escrevi, mas que ficaram sem graça e aguardam até que uma nova inspiração lhes dê um novo alinhamento. Ou pequenos apontamentos para desenvolver, ideias que quero deixar amadurecer para ver o que é sensato definir. Enfim, há lá de tudo um pouco.

 

Se é um salva-vidas? Também. Naqueles dias em que a inspiração e/ou a vontade não estão cooperantes, percorro aquela pasta e há sempre um que me parece adequado à altura. E que me salva.

 

E como gerem os rascunhos aí desse lado? 

Filhotices #25

Há duas semanas, quando fiquei na casa do meu filhote depois de voltar da Índia, ele pediu-me para o ajudar a fazer uma surpresa à namorada e arranjar um gatinho.

Andámos na net à procura e entre as pessoas que não atenderam o telefone, e as que já tinham dado os gatinhos, acabamos por ficar com uma opção de uma gatinha de 2 meses no Cacém.

Metemos mãos à obra e fomos a caminho. Não sem antes passar pelo Jumbo de Almada para comprar toda a logística necessária para um gatinho.

Entretanto estava muita gente e enquanto eu fui andando para a fila da caixa, o filhote foi arrumar o carrinho e fazer mais não sei o quê. Entretanto a minha fila foi avançando, chegou à minha vez e paguei. Enquanto arrumava tudo dentro da casa de banho do gatinho, telefonei para lhe dizer em que fila estava, para ele me ajudar. 

Aparece esbaforido ao pé de mim e com as bochechas cheias, tipo esquilo:

- Foste às gomas? - perguntei em tom de censura.

- Sim, trazia 6 ou 7 gomas num saquinho, mas depois quando te descobri já tinhas pago e olha, enfiei tudo na boca.

 

P.S. A gatinha era toda preta, muito engraçadinha. Chamava-se Safira - Sáfi para os amigos. Mas durou pouco. Quando no final dessa semana foi ao veterinário, passou a chamar-se Oops! Sim, afinal era um gatinho 

Avatares eternos

Li um artigo com este título: "Sou o teu avatar depois de morreres".


Compreendo que na sociedade de hoje, centrada no indivíduo, estas empresas proliferem e encontrem quem se reflicta no conceito e as contrate.

A empresa Eternime trata do avatar através de um programa informático, que continuará a enviar mensagens, mails e a interargir com familiares e amigos, depois de morrer.

Aprende os gostos, as suas frases icónicas, as suas expressões. Parece fixe? Parece...

 

Mas.... E as pessoas que têm de aprender a lidar com a dor e a perda? 

Acredito que numa primeira fase seja muito aconchegante ter ali algo que a pessoa criou, com as suas piadas, que reconhecemos logo, com comentários que poderia perfeitamente fazer.

Mas ao fim de algum tempo, o ser humano necessita do chamado "closure", de ultrapassar, de fazer o luto. É quando abrimos as gavetas e começamos a dar a roupa, porque já nos dói mais a roupa estar ali do que já não estar.

Portanto sim, pode ser positivo como transição, mas certamente com o passar do tempo, menos catártico...

 

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