A euforia do regresso e o choque da realidade
Cheguei.
De noite. Cansada e sem mala. Porque depois de um atraso de quase uma hora a sair de Delhi, os 40 minutos entre aviões foram suficientes para que em Heathrow eu corresse de um terminal para outro e conseguisse entrar no de Lisboa, mas não a minha mala. E ainda que em Londres e em Lisboa me garantissem que quando a minha mala chegasse no voo seguinte, eu a poderia levantar passados 40 minutos, o que é certo, é que apesar de ter chegado, e depois de inúmeros telefonemas da minha parte enquanto estive em Lisboa, a respectiva ainda não chegou às minhas mãos. Coisas da competência nacional...
Mas depois de dormir um pouco e já ter optado por não pensar mais na mala, resolvi pegar no filhote e ir almoçar à Costa. Que delícia e que vista. Que cheiro. Confesso uma coisa: a viagem foi maravilhosa, desmistifiquei uma série de preconceitos sobre a Índia, mas aquele "smog" fez-me apreciar ainda mais este nosso clima, este nosso ar e esta nossa qualidade de vida.
Mas esta sensação durou apenas até ter começado a viagem para o Sul. Liguei finalmente o rádio.
E foi um balde de água gelada. Cheguei a pensar que estava a ter um flashback, que se tratava de um programa sobre Pedrogão Grande. Até ter percebido que não. Que se falava do dia de ontem. Que a tragédia era real, repetida e dorida.
Até quando?