A Incrível Viagem de Arthur Pepper
Acabei de ler um livro fantástico.
Não tenho a certeza, em que blog vi referido este livro como um livro interessante. Sei que na altura resolvi adquiri-lo. Já o tenho em casa há quase um ano, e só agora há umas duas semanas o abri pela primeira vez.
Arthur Pepper é um velhote comum, serralheiro, viúvo da Miriam Pepper, e pai de um casal. Afastaram-se todos com a morte da esposa e mãe. Para conseguir sobreviver, o Arthur apega-se às suas rotinas adquiridas durante o tempo em que ainda fazia parte de um casal. Quase não sai de casa e pouco fala com outras pessoas.
Até que um ano passado da morte da Miriam, resolve fazer uma limpeza e descobre nas coisas dela, uma pulseira de ouro com berloques que ele nunca tinha visto. Resolve investigar a origem daquele objeto e começa por descobrir que aquele primeiro berloque com um número de telefone gravado pertence a um médico da Índia e de quem a Miriam foi ama, na sua adolescência. Tudo isto era tão misterioso.
Deveria investigar mais? Afinal Miriam nunca lhe tinha contado esta história. E se descobrisse outras, que lhe mostrassem que a vida que tinha tido com ela, afinal era desinteressante, e que ele não tinha sido o único amor da vida dela, como ela tinha sido da sua?
Mas depois de espicaçar a curiosidade, não conseguimos parar, verdade? Arthur também não. E são essas aventuras, esse conhecer da juventude da sua mulher que o leva a descobrir que afinal, a rotina a que se tinha votado pode ser quebrada. E que Inglaterra é apenas um pontinho no mapa mundo.
Gostei do livro por ser um romance onde qualquer um de nós se podia rever, tem humor, problemas de relacionamento, pais, filhos e amigos. É um livres simples, de fácil leitura, mas que ao mesmo tempo nos faz pensar se a vida que levamos é uma vida conformada. Devemos olhar para lá do nosso quintal? Devemos criar memórias nos outros, ou podemos viver sozinhos? Devemos gastar o dinheiro em coisas que nos façam felizes?
Estas são as frases que mais me tocaram:
"À medida que vou conhecendo gente que conheceu a tua mãe, percebo que o que as pessoas recordam é aquilo que tu fazes e aquilo que que tu dizes. Ela pode já não estar cá, mas continua viva nos corações e na memória destas pessoas"
"Podemos criar memórias a partir do dinheiro, mas não podemos criar dinheiro a partir de memórias"