Por muito que nos custe admitir, somos um país de pequena e média corrupção, onde os interesses instalados são protegidos por todos aqueles que estão implicados.

Há quatro anos, quando o meu filhote fez 18 anos, ofereci-lhe a carta de condução. Fui a uma escola aqui da cidade, comprei o livro de código, embrulhei e entreguei durante o jantar.

Infelizmente o seu entusiasmo não correspondeu à minha expectativa.  (Quem diria que um miúdo de 18 anos não se entusiasmaria com a carta de condução??? )

Acabou por terminar o ano, foi para Lisboa estudar, terminou o primeiro ano e só quando estava no segundo ano é que animado com a hipótese de ir viver para os arredores de Lisboa, me propôs então dar uso à prenda de 2 anos antes . Foi o último do seu grupo de amigos a tirar a carta...

E aqui começou a procura. 

Aqui nesta cidade algarvia, a carta de condução custava há 4 anos 1000€. Na cidade vizinha, 800€ já que a oferta era maior.

Em Lisboa, o pai do meu afilhado resolveu aproveitar a boleia e os dois miúdos foram juntos - 300€ cada! Sei que em Leiria este ano custava 400€.

Que disparidade de preços!

Isso faz-nos pensar em (outra vez) cidadãos de primeira e de segunda...

Mas depois, averiguei o porquê de no Algarve as escolas praticarem estes preços. E a dona da escola onde o meu filho andou disse-me que tentou abrir uma filial aqui no Algarve e a explicação é clara: O IMT não permite a entrada de mais escolas no Algarve. Ou seja, o Estado não permite, mete debaixo da asa esta vigarice.

Interesses instalados.   Sim, porque isso baixaria necessariamente o preço e poderia prejudicar alguém... (E nós os clientes não contamos para nada...)