Costurar de cabeça no ar
Sempre gostei de costurar.
Fazia bainhas à mão. Cozia botões, elásticos, colchetes. Na roupa do miúdo, pequenos ajustes.
As coisas maiores pedia à minha mãe ou levava à costureira.
Até que a minha mãe me ofereceu há dois anos, uma máquina de costura que tinha lá por casa e à qual nunca se adaptou. Aceitei, experimentei. Gostei.
Já fiz muita coisa nela. As bainhas de cortinados, bainhas de calças e camisas, enfim, tudo o que for preciso. Nunca me aventurei a fazer uma peça de raiz.
Talvez um dia...
Mas este episódio que vos vou contar passou-se na época a.mc (antes máquina de costura), portanto cosido à mão.
Comprei um blazer. Os casacos assentam-me normalmente bem com excepção de um pormenor: as mangas. Tenho braços curtos e tenho sempre - sempre, de fazer as bainhas das mangas.
Vesti, medi, coloquei alfinetes numa das mangas.
Alinhavei, cortei, ajustei o forro,cortei o forro, alinhavei de novo, experimentei para ver se o forro não ficava repuxado, cosi.
Desalinhavei. e pronto. Ficou lindo.
Passemos à outra manga.
Medi pelo pedaço que tinha cortado na outra manga.
Alinhavei, cortei, ajustei o forro,cortei o forro, alinhavei de novo, experimentei para ver se o forro não ficava repuxado, cosi.
Desalinhavei. e pronto. Ficou lindo.
Fui vestir para ver como ficava.
What have I done???
Pois é, fiz a mesma manga duas vezes...
Uma manga pelo cotovelo e outra pela falangeta