Desafio da escrita - dia 12: Porta
Imaginava que ele tivesse ido treinar para a Serra de Sintra. Mas estava a demorar tanto...
Resolveu meter-se no carro e dar umas voltas para ver se o avistava. Em breve seria de noite e sabia-o pouco equipado para o frio.
Mas porque raio não atendia o telefone?
Foi conduzindo devagar, hesitando neste cruzamento e naquele outro. Começou a subir a serra. Devagar. Ainda não precisava de médios mas em breve deixaria de ver fosse o que fosse. Ainda para mais ali, onde a natureza se fundia com o céu.
Pareceu-lhe ver um vulto depois da curva. Redobrou as precauções. Aproximou-se e quando ligou as luzes para ver melhor, percebeu que era ele, encostado à berma, de tornozelo enrolado na camisola.
Saiu bruscamente do carro. Travou o carro no último minuto. Precipitou-se sobre ele na esperança de aliviar os pensamentos negros que a invadiam.
Ele estava bem. Perdera o telemóvel na queda e ali ficara na ânsia de ver passar um carro. Não passara nenhum nos últimos 45 minutos, que aquele caminho só conduz a meia dúzia de casas no alto da montanha.
E de repente, passa um segundo carro. Qual a probabilidade?
Um estrondo.
Terá batido no carro?
Com o nervosismo, deixara a porta do carro aberta. Apenas isso.
(História verídica ligeiramente ficcionada que aconteceu com o meu irmão)