Desafio da escrita - dia 7: Gato
(aproveitando o facto de hoje ser dia de folga, vou aproveitar para pôr em dia os contos atrasados - dia 7)
Não percebi o que se estava a passar. Num instante estava com a minha mamã, quentinho, de barriga cheia e a receber amor, e no outro fui despejado junto a um contentor do lixo em Quarteira.
Nem sabia que tal era possível. Que nunca mais veria a minha mãe e que ficaria ali, pronto a morrer ou a ser resgatado por gatos vadios da zona.
Estive por ali uns tempos intermináveis, até que um casal me viu. Eu fiquei cheio de medo. Mais pessoas. E eu já aprendera que não se podia confiar nelas... Agarraram em mim e levaram-me para casa delas. Bem, para o quintal delas. Fiquei por lá a espreitar para dentro de casa, sempre ansioso por umas festinhas, por um quentinho.
Passados mais uns tempos intermináveis, lá me levaram embrulhado numa camisola. Fiquei nervoso de novo. A minha vida não correra muito bem até ali...
Passei de umas mãos para outras. Fui toda a viagem num colo quentinho, a receber festinhas e a falarem comigo. Estes humanos restauraram a confiança que eu tinha perdido.
Hoje? Sou um gatarrão branco e preto que manda nesta casa. Afinal sou o único gato macho desta casa!! E mesmo quando faço malandrices - e faço muitas - eles continuam a gostar de mim.
Isso deve ser amor, digo eu...