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happyness is everywhere

O Povo português é essencialmente cosmopolita. Nunca um verdadeiro Português foi português: foi sempre tudo. FP

happyness is everywhere

Desafio dos Pássaros Tema #9

Não sei como vim aqui parar.

Estou nua, numa ilha deserta e a sorte deste tempo tropical, não me pressiona a arranjar imediatamente um abrigo. Tapei-me com uma folha enorme de bananeira (seria uma bananeira?) e fui palmilhar um bocado para tentar encontrar outros humanos. Não encontrei. Daí a minha afirmação de que estou aqui numa ilha deserta. Mas a ilha é grande e talvez do outro lado "deste agora meu mundo", consiga encontrar alguém. Talvez uma alma que como eu, tenha vindo aqui parar sem saber onde nem como...

Mesmo depois de ter percebido que não precisaria  da folha, não a abandonei. Uma certa timidez não mo permite. Talvez se me transformar nalguma Robinsona Crusoéa acabe por me libertar. Estou a gostar do silêncio, mas tenho esperança de ser resgatada. 

De forma imediata, procurei comida. Encontrei bananas, côcos, umas bagas de que desconfiei e vou deixar para mais tarde - nada como esperar a ver se algum animalzinho as come... estou sozinha, mas não quero morrer envenenada! 

 

Depois de partir o côco contra umas pedras, consegui a água (que já sabia não gostar, mas não tenho grande escolha), lasquei a polpa e deixei  ao sol  para secar um bocado. Arranjei uma pedra e cortei umas rodelas de banana. Com texturas diferentes, não me farto tão rápido! Com as duas metades de côco, atei com um fio que encontrei por ali e apesar de ser demasiado pequeno (nota mental para tentar apanhar um côco maior!!) faz perfeitamente as vezes de soutien. Sinto-me a versão básica de uma boneca havaiana!!

havai (2).jpg

E foi assim que os dias foram passando.  Arranjei um abrigo. Fiz uma cama de juncos razoavelmente confortável. E a vista, a vista é fenomenal! 

Amanhã está decidido, levanto bem cedo, como as bagas (já confirmei que não são perigosas) e vou explorar um pouco mais além. Vou pela praia e tento arranjar algo para proteger os pés quando deixar as praias e me embrenhar na selva. Talvez as folhas de palmeiras sirvam!

E assim fiz. E quando me embrenhei na selva, tive de ultrapassar alguns obstáculos, afastar troncos e fui percebendo que as árvores eram cada vez mais raras. Até que... cheguei a uma rede!  Isso significava civilização! Afinal não estava sozinha!! Já a correr, fui acompanhando a rede, sem saber se a direcção escolhida seria a melhor. Seriam instalações militares abandonadas? Estava feliz, já tinha brincado à náufraga tempo demasiado!   Cheguei à placa! A medo fui contornando-a... passo a passo, devagar! O medo e a esperança baralhados. Até que vi:

Badoca (2).jpg

Sim, estava a pouco mais de 100 km de casa ... 

 

Tema #9 : Acordaste nu, sem te recordar de nada, numa ilha deserta.

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