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happyness is everywhere

O Povo português é essencialmente cosmopolita. Nunca um verdadeiro Português foi português: foi sempre tudo. FP

happyness is everywhere

Índia #3

Nada me surpreendeu tanto como o trânsito. Isto apesar de já ter visto uns quantos vídeos na internet e já ter lido umas coisas.

Mas quando estamos lá no meio, com tanta coisa a acontecer, nem sabemos para que lado olhar primeiro. E antes que me esqueça, tenho de falar que os condutores são calmos. Não reclamam com gestos, não ficam impacientes, nem resmungam entre dentes. Ok, buzinam. Mas percebi que usar a buzina é algo cultural entre eles. E serve para avisar (olha que me vou atravessar à tua frente, estou aqui do lado direito, mas vou já já fazer uma tangente para sair ali à esquerda). Ah, claro que não ajuda à nossa compreensão o facto de eles conduzirem do lado esquerdo. Claro, para ajudar à festa!

Como podem ver, podemos encontrar tudo numa rua de Delhi. Sejam carros normais, riquexós, tuc-tucs, autocarros, retro-escavadoras, tractores, motos, bicicletas e claro, animais... na segunda foto, uma bicicleta com 5 garrafas de gás em cima. Mas cheguei a ver com 7. Sete!! Claro que todas as bicicletas têm aquela protecção da roda, para caso haja toques, o condutor não dê uma cambalhota.

 

O que maior confusão me fez foi o completo desrespeito pelas linhas, pelas faixas. Aqueles riscos são meros desenhos no pavimento! E espelhos, ninguém olha para os espelhos. Os carros estão tão pertinho que nem é preciso espelho para verificar que a menos de 15 cm, tem um carro à esquerda e outro à direita.

Dei por mim a definir aquilo como condução à tangente. E depois de uns certos dias, até se começa a compreender uma certa ordem naquele caos. A sério...

Quando contamos as faixas - 3 e as filas de carros - 5, percebemos que nunca, nunca seria capaz de conduzir ali. Ainda que quase me tenham tentado a conduzir. 

E as pessoas não se chateiam, ponto. Nem quando há toques. O sistema de seguro deles funciona, independentemente da culpabilidade. É como uma gigante companhia de seguros. Portanto, para quê aborrecerem-se?

Cheguei a ver coisas do outro mundo - literalmente. Carros em sentido contrário. Está muita fila daquele lado? Bora deste. E ninguém reclama. Andei de táxi todos os dias para o trabalho e nunca, mas nunca ouvi uma xingadela! Uma bicicleta com 4 canos de esgotos com bem bem, uns 30 metros de comprimento? Possível... Agora imaginem um cruzamento onde todos vêm de todos os lados, e aquele adolescente a passar com 30 metros de canos... Hilariante. 

As motorizadas transportam a família inteira. Com e sem capacete. Ver uma moto com uma família de 5 é perfeitamente normal. O Governo emitiu uma lei este ano em que os veículos de 2 rodas só podem transportar duas pessoas. Mas segundo me disseram, vai levar tempo até toda a gente respeitar. 

Mas é absolutamente mágico ver as mulheres lindas nos seus saris vistosos, sentadas de lado como pendura numa moto. Um registo de cor e de beleza naquele caos. Parecem princesas 

 Em ruas de Delhi e num mesmo dia, vi este elefante, um par de camelos da foto seguinte, uns macacos a correr e uma vaca de pé no meio do trânsito. Quando olhei melhor, afinal eram duas vacas. Uma de pé, e a outra preta, deitada no meio da rua. Os carros, claro que se desviavam e contornavam a vaca. Puxei da máquina fotográfica que estava ligada, coloco o dedo para tirar a foto e... desliguei a máquina! Lá se foi o momento... 

 

 O que mais dizer sobre o trânsito? Que... atravessar uma rua ou estrada parece um passo muitíssimo ariscado, mas se mantivermos o nosso ritmo e não dermos fugidas, tudo acaba por se compor à nossa volta.

O segredo é mantermos sempre a mesma velocidade, por mais que a tentação nos faça querer dar uma aceleradela, pois só assim, os carros, tuctucs e restantes veículos se afastarão de nós como se fosse algo sintonizado...

 

Podem seguir os Índia anteriores aqui: Índia #1 , Índia 2,

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