Músicos que nos deixam
Há mortes que nos tocam. Que apesar de serem distantes, nos ligam a quem morreu e transformam essa distância em proximidade.
A nossa vivência é que nos faz eleger uns como importantes, e chorar a sua morte, enquanto outros, apenas lamentamos e passamos para o dia seguinte. No fundo, como as pessoas que nos rodeiam. Há pessoas cuja partida nos toca mais do que a de outras. A vida é assim, nada a acrescentar...
Estava em Toronto quando o meu filho me enviou a notícia pelo whatsapp. Fiquei em choque. Porque os Xutos são aquela banda com quem eu cresci. Tão intemporal e intergeracional. E o Zé Pedro, uma pessoa que acompanhámos e por quem torcemos a um dado momento.
Hoje, a morte do Johnny Hallyday foi outro baque no estômago. Desde pequenina que me habituei a ouvi-lo em casa e basicamente em todo o lado. Digamos que ele é um Deus da música em França. E também ele, um dos intemporais e intergeracionais. Os concertos dele ainda hoje reuniam tanto miúdos de 10-11 anos, como pessoas que o começaram a acompanhar há mais de 55 anos. Mais de 100 milhões de discos vendidos. Imaginam?
"De Johnny Hallyday não esqueceremos nem o nome nem a voz (...) e especialmente as interpretações que, com o seu lirismo bruto e sensível, pertencem hoje inteiramente à história da música francesa. Ele trouxe uma parte da América para o nosso Panteão nacional" (comunicado emitido pelo Eliseu)