O que vai ser de nós, se não cuidarmos do nosso Planeta? #2
Na continuação do post de ontem, medidas aplicadas em alguns países da Europa e que poderiam parecer improváveis, mas que resultam.
A Dinamarca reduziu as emissões de carbono em mais de 40% face a 1995. São 20 anos, pessoas!!
Faltam os 60% mais difíceis e acabaram de investir mil milhões de euros em turbinas eólicas para remover o carvão e petróleo do sistema de aquecimento.
As empresas transformaram-se e usam já biomassa para substituir o carvão nas suas fábricas. Utilizam desperdícios florestais e palha fornecidos por agricultores locais (olhem aqui o resultado de uma limpeza florestal agendada), para produzir electricidade para as casas e aquecimentos.
Para além disso, a cidade de Copenhaga e os cidadãos, investiram em turbinas eólicas para a produção da sua própria energia renovável numa espécie de offshore que garante a essas cerca de 20.000 pessoas cerca de 6 a 7% de juros - bastante melhor que ter dinheiro no banco, não?
Em 2025 Copenhaga será totalmente auto-suficiente e toda a Dinamarca, em 2050, graças ao vento, sol, água, biomassa e calor geotérmico.
Já a Islândia começou em 1970 a alteração e é hoje 100% auto-suficiente graças à energia hidroeléctrica e geotérmica produzida pelo calor da Terra. Até a água quente vem da montanha e assim chega à casa das pessoas.
Outros países têm igualmente capacidades: França, Suíça, Alemanha, EUA, Japão, Itália, Etiópia, Quénia, El Salvador, Ilha da Reunião (esta já 35% auto-suficiente e a 100% em 2025).
E mais: produzir 1 watt solar custava em 1970, 60€. Hoje custa 0,60€ e continua a baixar. E assim que o painel solar esteja pago, torna-se gratuito. E já armazenável!
Uma pessoa de Copenhaga paga uma média de 60 a 65€ de electricidade num apartamento de 100m2. Que é basicamente o que nós gastamos e não temos aquecimento, certo?Portanto sim, é um grande investimento, mas o benefício volta.
Mas é preciso consumir menos, claro! Um carro de 1600kg transporta normalmente uma única pessoa. É muita energia e temos de nos desabituar. Como?
Em Copenhaga, 4 em 5 pessoas têm bicicleta. Percentualmente como funciona?
Pessoas a pé 20% - bicicleta 26% - transportes públicos 21% , ou seja 67% das pessoas não usam carro próprio. A Câmara pretende atingir os 75% em 2025.
E o que lhes mostrou a experiência? Que se fizerem mais estradas terão mais trânsito, e que se fizerem mais ciclovias e equipamentos para bicicletas, no espaço de 10 anos haverá mais gente a fazê-lo. E também sabem que se fizerem mais sítios convidativos para a vida pública, para as pessoas caminharem, teremos mais gente na via pública.
E por outro lado, o planeamento urbano tem impacto na saúde e na parte social das pessoas, porque estarão menos tempo sentados, ao computador, no sofá. Nada é mais barato para a cidade do que construir infra-estruturas para caminha e andar de bicicleta. E nada tem mais importância para a inclusão social, do que as pessoas se encontrem cara a cara, não tenham medo umas das outras. E isso fez com que a cidade fosse mais sustentável, mais segura e mais saudável.
Depois, os metros, comboios, ferries, estão em harmonia com o uso da bicicleta o que faz com que uma pessoa possa andar 80km sem precisar do carro.
Até 2040, a cidade planeia retirar todos os carros a gasolina.
Gosto destes políticos com visão:
"Não fazemos cidades para os carros serem felizes, nem para os urbanistas e os arquitectos modernistas serem felizes. Aquilo que planeamos e construímos influencia os comportamentos, escolhas e estilos de vida das pessoas. Temos de fazer as cidades de um modo que estas dêem qualidade de vida aos cidadãos."
"Quando nos pergunta como temos dinheiro para sermos livres de carbono e verdes, sou obrigado a responder: Como podemos não ter? Olhe para o mundo à nossa volta! Não há outra alternativa a não ser tornarmo-nos verdes. Aquilo que eu vejo é que as cidades querem fazer este trabalho, querem ser livres de carbono. Vejo as cidades como os líderes mundiais de hoje. Quando as nações falham, as cidades têm de assumir o controlo."
O programa tem 2h15 e fala de outras coisas como reciclagem, democracia, inclusão do povo nas decisões políticas na Índia, modelos de educação na Finlândia. É longo, mas vale a pena. E termina desta forma:
Não podemos prometer aos nossos filhos que o mundo mudará da noite para o dia. Mas podemos prometer-lhes que há soluções, que milhares de homens e mulheres estão a tomar posição todos os dias. E se dermos o nosso melhor, se todos unirmos as nossas forças e corações, podemos todos começar a mudar o mundo.
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