O receio do desconhecido e as reviravoltas
Eu não sou temerosa. Sou de ir.
Ainda assim, quando se colocou a hipótese de ir para o Ruanda trabalhar durante uma semana, fiquei um pouco receosa. Porque já tinha ouvido tanto negativo sobre África, sobre as pessoas, sobre o quão difícil é conseguir algo por aquelas terras.
Preparei-me bem. Até talvez em demasia, se é que tal existe.
E trabalhei como nunca. A verdade é que me fez voltar um pouco à essência da minha função. Aqui na Europa e na América, pressupomos que as coisas aparecem feitas, tal é a facilidade que a engrenagem já tem.
Ali, tive de me preocupar com coisas básicas, que há anos não pensava. Tudo tinha de passar por mim, tudo tinha de ser feito por mim. Levei daqui formulários, preparei abordagens. Passei-lhes tudo o que pude para pens, para pc's. Ensinei, claro. Ensinei tudo o que consegui.
E saber que lhes deixei um pouco de mim e que eles se lembrarão de mim na próxima vez em que o fizerem daquela forma - e que o saberão explicar - deixa-me um bom sabor e alegra de certa forma a minha viagem e a minha experiência. Não sou a mesma pessoa. Por isso,
E por tudo isso, quando fiz o meu relatório, manifestei o meu prazer em ter ido lá, na esperança que me enviem para mais países carentes, onde eu ainda possa fazer MAIS a diferença.