O Último Retrato - O filme
Fui ver este filme no fim de semana passado. E foi talvez um dos filmes que mais gostei nos últimos tempos, apesar de não ser espectacular cinematograficamente falando.
Trata-se de uma adaptação do livro do escritor e crítico de arte James Lord, sobre o final de carreira caótico do artista Alberto Giacometti. Em 1964, James Lord desloca-se a Paris para escrever sobre o artista e depois é convidado por este para posar para um retrato. "Serão apenas umas horas" diz ele. E o filme assenta em dois aspectos: na relação que se estabelece entre os dois homens durante esses dias e o processo criativo e crítico por que o artista passa.
Assim que ele começa a posar, percebemos que o processo não vai ser tão fácil. As dificuldades relacionadas com a perfeição, com a sua insegurança de que não é suficientemente bom. O seu conceito de beleza, de atingir a profundidade que quer dar ao retrato, tudo isso prolonga as horas em dias e depois, em semanas. Os passeios ocasionais aprofundam a ligação entre eles e é bonito de ver os diálogos entre eles.
Damos algumas gargalhadas durante o filme, mas o que nos capta a atenção é o processo de aperfeiçoamento do retrato que nunca tem fim. O artista é assim, eternamente insatisfeito.
O fim do filme é um twist que se antecipava, já que o nova-iorquino não poderia ficar indefinidamente em Paris, mas a forma como ele resolveu a situação, é irónica.
Um filme que se vê bem em casa, no conforto do sofá. Fiquem atentos quando passar na box.