Relações instantâneas?
Há 3 meses escrevia assim. E custou-me. E chorei. E solidarizei-me. E a dor, meus Deus, a dor era excruciante. O amor de uma vida que se foi.
No casamento de sábado, voltámo-nos a reunir todos. Inclusivamente alguns amigos de Lisboa que pelo telefone tinham invadido a nossa coroa de flores e se juntaram na nossa prova de amizade e reconhecimento do amor perdido. No sábado, foi dia fazermos contas. 5€ para aqui, troco para ali. Mostrávamos a foto da coroa a quem nunca a tinha visto, quando entra o nosso amigo enlutado.
O do telemóvel saca do telemóvel para lhe mostrar quem tinha participado. Sim, porque no dia do funeral não houve disposição para tal veleidades. Felizmente, o amigo enlutado voltou-se para mim primeiro. Repenicou-me dois beijinhos e depois abriu alas para uma senhora. A irmã, pensei, na minha santa inocência. - Quero apresentar-te a minha Lady!
O meu amigo do telemóvel tratou de arrumar o telemóvel (e na primeira oportunidade apagou a foto) e alguém me abraçou para dizer : fecha a boca!, tal era o meu espanto...
E foi num misto de incredibilidade e de leveza que nos vimos todos a dizer:
- Quando esta morrer, não há cá flores para ninguém! Agarramos no dinheiro e no dia seguinte, levamos o gaginho para beber uns copos. Pelos menos sempre lucramos alguma coisa com isso!!