SNS
Tenho um seguro de saúde, mas que uso apenas em último recurso. Para coisas simples como pedido de análises, prefiro ir ao SNS, até porque o custo das análises será inferior. E se tenho os impostos em dia, porque não usufruir?
Mas o seguro de saúde dá muito jeito, principalmente em algumas especialidades, como o dentista e em viagens pelo estrangeiro.
Nos últimos anos tive uma médica cubana. A antipatia em pessoa. Antipatia no sentido de que não sentia qualquer empatia, qualquer vontade de esclarecer. Verdade que sempre me passou os check-ups anuais, mas fora disso, a relação era incómoda.
No final do ano passado voltei ao Centro de saúde. Que a médica tinha voltado para a sua terra. Cuba. Havia uma nova médica, mas apenas aceitava consultas em 2018. Marquei.
A verdade é que fiquei agradavelmente surpreendida. Uma médica novinha, com pronúncia do Norte, e vontade de ajudar o próximo.
Marcou-me os exames todos, retirou alguns por achar desnecessários e acrescentou outros.
Resolvi arriscar e colocar uma pergunta que já tinha colocado à minha médica anterior, mas cuja resposta não me satisfizera. A menopausa.
E foi assim que saí esclarecidíssima do consultório. Sabendo que afinal não estou na menopausa (coisa que a outra médica não tinha conseguido esclarecer nem ser taxativa). Sabendo como funcionará esse período.
Por isso, médico é aquele que tem gosto em ajudar. Quando a profissão passa a ser um favor, uma obrigação, quando o médico vê em cada paciente apenas mais um obstáculo na escalada do dia, o paciente fica em défice.
Défice de atenção. Défice de cuidado. Défice de esclarecimento.