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happyness is everywhere

O Povo português é essencialmente cosmopolita. Nunca um verdadeiro Português foi português: foi sempre tudo. FP

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Três Cartazes à Beira da Estrada - o filme

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Há muito tempo que não me via na situação de ter tantos filmes em cartaz a requerer a minha atenção. Na semana que passou vi 3 filmes, mas tenho mais 2 que pretendo ver. E nos que estão em "brevemente", mais 3 alinhados...

Vou começar pelo último, o que vi ontem.

Excelente desempenho de Frances McDormand. Esmagador mesmo!

 

A história baseia-se na dor de uma mãe (Mildred) pela morte da filha e cujo brutal assassinato após 9 meses, não tem qualquer linha de investigação activa. Assim, ela resolve fazer uma investida no mínimo, fora do comum. As personagens são complexas, imprevisíveis e essa é uma boa premissa.

 

Para lá do filme, a crítica social de um país com grandes injustiças. Numa América profunda e uma comunidade voltada para si própria. Temas como o preconceito racial, homofobia e principalmente o laxismo, incompetência e abuso de poder, são o fio condutor de toda a acção e alguns dos temas são focados às vezes às claras e outras, por trás de uma densa névoa de acontecimentos. 

O argumento é muito bom. A forma irreverente como foca os vários assuntos que acima descrevi, a capacidade de fazer comédia (ainda que negra) à custa dos diálogos é excelente. Ri-me bastante apesar da carga emocional do negro para onde o filme nos transporta. Mordaz seria o derradeiro adjectivo para o descrever.

 

E não conseguimos evitar colocarmo-nos no lugar da Mildred. O que faríamos em situação de desespero. Se a nossa vida tivesse ficado em suspenso e para fechar um capítulo, precisássemos da solução, do culpado?

O filme mostra isso, que quando perante tragédias e ausência de justiça, o luto fica difícil e pendente, a sede de justiça pode ser imensa. 

Penso que o principal objectivo da trama é mostrar que apesar de tudo, nem sempre a justiça é alcançada. E naquela ambiguidade do final, que nos deixa sem saber o fim daquelas personagens, a pergunta que fica (se vale mesmo a pena fazer  que for preciso para alcançar uma certa forma de justiça), é muito inteligente.

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